Alunas do Centro Educacional 13, em Ceilândia - DF, participaram de palestras preventivas sobre a violência contra a mulher. As apresentações sobre o tema foram realizadas por Cristiani Santos, aluna de Ciência Política da Faculdade Republicana, e fazem parte da proposta de extensão da disciplina Planejamento e Gestão de Projetos Públicos, ministrada pelo professor Paulo Marques.
Ao todo, foram seis palestras ministradas. Cerca de 150 adolescentes participaram dos encontros que ocorreram nos dias 24 de abril e 3 de maio e contaram com o apoio de uma assistente social da escola.
FORMAÇÃO COM MAIS VALOR
O foco na prática é um dos pilares do ensino na Faculdade Republicana. Doutor em Educação, o professor Paulo Marques destaca que a aprendizagem é muito mais significativa para o aluno quando ele pode articular a teoria à experiência concreta. “Esse trabalho tem o intuito de colocar o aprendiz para, a partir das discussões teóricas em sala sobre formulação e gestão de projetos, formular e implementar um projeto real. Soma-se a isso a liberdade que o aluno tem neste momento de escolher um tema do seu interesse para que possa se aprofundar”, aponta.
Foi o que aconteceu com a aluna Cristiani. O professor destaca que o tema e a abordagem escolhidos por ela são fundamentais para desnaturalizar a cultura da violência no Brasil. Em 2022, segundo o boletim “Elas vivem: dados que não se calam”, lançado pela Rede de Observatórios da Segurança, foram registrados 2.423 casos de violência contra a mulher, sendo 495 deles feminicídios.
De acordo com Cristiani, a experiência foi valiosa, pois pôde colocar em prática o que já havia aprendido em sala de aula ao mesmo tempo em que abordou um assunto de tão grande relevância. “Isso é muito importante, pois temos a oportunidade de idealizar um projeto, a montagem, as adequações, a execução e o relatório final. Nessa última fase analisamos o que deu certo e o que ficou fora do planejado”, explicou.
A acadêmica lembra que boa parte dos casos de violência acontecem dentro de casa. “É muito importante que possamos tratar os sinais que antecedem a violência. Escolhi esse tema por essa razão e também por já ter vivido isso. Quando somos adolescentes não pensamos muito sobre o assunto, mas talvez, se eu tivesse ouvido algo a respeito, poderia ter saído da relação antes que o problema se agravasse”, conta.
Com a previsão de concluir a graduação ainda neste semestre, Cristiani reforça que o projeto tem a intenção de garantir que as jovens consigam identificar e sair de um possível relacionamento abusivo desde o início e, assim, proteger suas vidas.
Por Djan Moreno