No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data traz debates importantes sobre a participação efetiva delas em vários ambientes da sociedade. Na educação não seria diferente, as mulheres continuam fazendo história e contribuindo para o aprendizado e partilha do conhecimento de milhares de pessoas ao redor do mundo. Elas são exemplos de professoras, estudantes, profissionais e cidadãs que, de alguma maneira, mudaram o ambiente e a vida de muitas outras pessoas.
Atualmente é muito comum trazerem nomes de homens que fizeram história e muitas vezes o trabalho e dedicação diários femininos ficam escondidos nos bastidores. Porém, sempre existiu uma colaboração feminina muito grande em toda a história educacional, seja ela brasileira ou internacional. Como forma de trazer esses nomes ao conhecimento, nomes que revolucionaram a educação, trouxemos aqui duas personalidades que fizeram e ainda fazem a diferença.
São personalidades nacionais e estrangeiras que continuam relevantes para a coletividade atual.
Malala Yousafzai
É uma ativista paquistanesa internacionalmente conhecida por defender o direito das mulheres de estudarem. Ela ganhou notoriedade por ter defendido essa causa no Vale de Swat, região dominada pelo Talibã. Foi incentivada a estudar por seu pai, dono de escolas em Mingora. Quando era criança, viveu na região que viria ser ocupada pelo Talibã, organização fundamentalista. Passou a defender o direito das mulheres de estudarem, e ela e seu pai, por isso, sofrerem ameaças. Em 9 de outubro de 2012 Malala sofreu um atentado do Talibã e uma bala atingiu sua cabeça. Ela sobreviveu. Em 2014, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Maria Montessori
Maria foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, mas não pode seguir carreira por não poder analisar homens. Assim, ela iniciou os estudos sobre o aprendizado de crianças. O seu método educacional, que leva o seu sobrenome (Montessori), é aplicado até hoje em escolas públicas e privadas de todo o mundo. A educadora acreditava que as crianças eram capazes de conduzir o seu próprio aprendizado. Assim, seu intelecto se manifestava automaticamente em seu próprio ritmo. Além disso, para ela, os professores eram apenas responsáveis por acompanhar esse processo - dessa forma a pedagoga se inseriu no movimento da Escola Nova.
Débora Seabra
Entrou para a história por ser a primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Débora chegou a ser agredida durante o curso superior e passou por situações constrangedoras junto aos colegas de classe. Chegando a fazer greve por decidir não entrar na sala para que fosse respeitada. Débora ainda fez estágios e cursos à distância para professores e chegou a ser homenageada pelo projeto “Donas da Rua da História”, da Maurício de Sousa Produções, quando se transformou em um personagem com os traços da Turma da Mônica.
Dorina Nowill
Dorina Nowill foi uma educadora brasileira cega que criou, em 1946, a Fundação Dorina Nowill, inicialmente chamada de Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Desde a sua inauguração a organização sem fins lucrativos já produziu mais de 6 mil livros adaptados, 2.700 audiolivros e 900 títulos digitais. Antes de criar a fundação, Dorina foi para os Estados Unidos fazer o curso Teacher’s College, da Universidade de Columbia, o que resultou na sua especialização em educação para cegos. Chegando ao Brasil, ela convenceu a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo a criar o Departamento de Educação Especial para Cegos, no ano de 1947.