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Estudantes assumiram os papéis de deputados, especialistas e sociedade civil
Posições favoráveis e contrárias à legalização do aborto foram discutidas nesta terça-feira (4) durante sessão da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. Os ânimos aflorados durante o debate demonstraram que não existe consenso quanto ao tema. Todo esse debate, na verdade, fez parte de uma simulação realizada pelos alunos do primeiro semestre da graduação em Ciência Política da Faculdade Republicana.
A Comissão Simulada é uma atividade realizada pelos acadêmicos sob orientação do mestre Fábio Vidal, coordenador do curso. Durante a encenação, os estudantes assumem os papéis de deputados, especialistas e representantes da sociedade civil. O projeto faz parte da disciplina Teoria Sociológica, ministrada pelo cientista político e mestre em Sociologia pela UnB Fábio Vidal, que coordena o curso.
CONHECIMENTO COLOCADO EM PRÁTICA
Para Sharlene Oliveira, a oficina foi surreal. “Eu não imaginava que passaríamos por essa situação já no primeiro semestre. É muito enriquecedor, traz um conhecimento muito grande de onde podemos chegar e o que poderemos fazer como profissionais no futuro. O coração fica acelerado e as emoções a mil, mas é muito gratificante”, afirmou a caloura.
A aluna Cíntia Chagas integrou a bancada que se autodeclarou como “pró-vida”: “Como alunos temos que saber a realidade da Ciência Política lá fora. Seremos profissionais isentos e teremos que apresentar soluções para os problemas lá fora, ou seja, formular políticas públicas. Para isso, não dá para saber só com a teoria. É preciso criar um ambiente como esse para sentirmos a realidade e entendermos oque é ser um cientista político. Foi de extrema importância”.
BANCADAS PRÓ E CONTRA A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Em sua fala como parlamentar, a aluna Kamilla Dias, representante da bancada de esquerda, comparou o aborto praticado pelas mulheres com o abandono paternal. “Por que não há proibição a esse abandono? Pois a partir dali muitas crianças ‘deixam de existir’”, questionou. Já Cícero Reis citou a gravidez na adolescência e ressaltou que a legalização do aborto dará uma opção às jovens que não têm condições alguma de criar e educar uma criança.
Do outro lado, Matheus Garbi defendeu ações públicas para evitar a gravidez indesejada e para combater o abandono parental. Ana Leite, por sua vez, ressaltou a responsabilidade em interpretar parlamentares de verdade e debater um tema que divide opiniões.
DEPUTADA FEDERAL PRESIDIU A SESSÃO
Além dos futuros cientistas políticos, uma parlamentar de fato participou da atividade, tornando-a ainda mais real. A deputada federal Rogéria Santos, da Bahia, foi apresidente da sessão.
“Umaexperiência sem igual. Sem dúvida, uma oportunidade única de ver aqui o envolvimento, a participação que cada aluno trouxe, cada argumentação. Estou saindo daqui encantada porque de fato pude vislumbrar uma oficina de simulação de uma comissão que traz para eles - e para nós - uma experiência muito diferenciada”, disse.
DEBATE FUNDAMENTAL
A estudante de Matemática do Instituto Federal de Goiás Nathalia Rebeka acompanhou a atividade a convite de uma das alunas que atuou como parlamentar de esquerda. Ela considerou o momento especial por garantir aos alunos a experiência de vivenciar um debate do Legislativo já no início do curso.
“Eu vi a empolgação da minha amiga Kamila e me interessei muito. Vim aqui para apoiá-la e pude ver a excelente organização da faculdade. Um debate fundamental e quevai agregar muito para ela e para todos os alunos”, explicou.
TEORIA E PRÁTICA
O coordenador do curso de Ciência Política, Fábio Vidal ressaltou que “essa é uma prática constante. Foi a terceira vez que realizamos a oficina do Legislativo. A temática e a atuação dos alunos foram um sucesso. Eles utilizaram argumentos sociológicos, inspirados na disciplina de Teoria Sociológica. Aqui na Faculdade Republicana é assim, nós aprendemos em escutamos teoria e prática sempre”, finaliza.