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Por que estudar ciência política?

21/11/2023
Aluna Ciência Política

Quando ingressei no ensino superior para cursar Ciência Política, essa foi a pergunta que mais ouvi de familiares e amigos. O curso de Ciência Política ainda era uma novidade no país, sendo que a existência do mesmo de forma autônoma era muito recente, de meados dos anos 80 do século passado. Não que não existisse antes, mas estava previamente ligado aos cursos da área de Ciências Sociais. Interessante observar que no Brasil, a Ciência Política como curso autônomo de graduação começa a ganhar força após a redemocratização, sendo que países com tradição democrática já se destacavam o estudo da política, como os Estados Unidos, França e Inglaterra.

Não posso prosseguir sem fazer justiça aos nossos antecessores. Tivemos grandes cientistas políticos e sociais antes da Ciência Política se tornar um campo autônomo do conhecimento. Posso citar, entre tantos, Assis Brasil, Hélio Jaguaribe, Raimundo Faoro, Vamireh Chacon... que contribuíram para que possamos entender as instituições, a forma de se fazer política, as relações de poder e de desenvolvimento do Brasil. Adianto aqui que ser um Cientista Político é ter as ferramentas para analisar a política de forma clara, apresentado a realidade dos fatos e sendo capaz de antever as consequências das ações políticas e sociais.

Mas voltemos à pergunta inicial do nosso texto, por que escolher estudar Ciência Política? No meu caso, sempre foi uma certeza, já que consegui nesse ramo unir duas paixões: história e política. Como muitos não conhecia bem o que iria estudar quando ingressei, mas tinha a convicção que aquele curso me ajudaria a entender o mundo que se transformava no final do século XX (assisti, mesmo que criança e adolescente, a redemocratização do país, a criação de uma nova Constituição, a queda do muro de Berlim, o fim do apartheid... na época Francis Fukuyama chegou a afirmar que vivíamos o fim da história e a chegada do último homem (tese que a realidade depois demonstrou muito antecipada, em especial com a chegada do século XXI).

1- Para quem é o curso de ciência política?

2- O que você estuda em Ciência Política?

3- Quais são os caminhos de atuação do Cientista Político?

4- Vale a pena fazer uma graduação em Ciência Política?

Para quem é o curso de ciência política?

Então, a quem se destina o curso de Ciência Política?

Apenas aos que gostam de história e de política? Claro que não. Estes serão também contemplados, mas o curso vai além disto. Na verdade, estudar Ciência Política é estudar e aprender como o homem se desenvolveu politicamente. É entender como os fenômenos sociais deram origem ao Estado Moderno. É compreender as relações de poder dentro de uma sociedade. É saber como as Instituições Políticas e Sociais funcionam e se interrelacionam. É ser preparado para atuar tanto na assessoria de um político, como em campanhas eleitorais, mas também em departamentos de grandes empresas que mantém relações com o Estado e com o governo (Relações Governamentais). O profissional em Ciência Política também deve conhecer a TI e como ela pode ajudar em suas análises. A Faculdade Republicana forma um profissional preparado para as demandas profissionais da atualidade. Com a Ciência Política conseguimos entender os fenômenos políticos, aprender com eles e planejar ações e perspectivas futuras.

O que você estuda em Ciência Política?

O curso de Ciência Política tem algumas características interessantes. Ele pode ser entendido como um curso que envolve várias áreas do conhecimento, como história, antropologia, sociologia, estatística.... Sua matriz possui três correntes bem presentes e claras, uma voltada para a teoria política, onde o aluno aprende sobre política clássica, moderna e contemporânea e teoria política brasileira. A segunda é voltada para o entendimento do funcionamento da estrutura do Estado contemporâneo, onde nós aprendemos sobre o governo e suas formas, partidos políticos e sistemas eleitorais, bem como governança e políticas públicas.

Destaca-se que o cientista político do século XXI deve estar antenado com as inovações tecnológicas. Uma das grandes características do profissional buscado pelo mercado é saber fazer análise de dados e informações obtidas a partir de bancos de dados. É nesta seara que encontramos o terceiro eixo de estudos. Na matriz do curso o aluno estudará sobre Tecnologia da Informação (TI) e como trabalhar com banco de dados, programação e analises quantitativas e qualitativas, sendo capaz de traçar cenários a partir das informações disponíveis.

Quais são os caminhos de atuação do Cientista Político?

E o campo de trabalho? Começando por Brasília, o campo de atuação do cientista político é amplo, começando pelos inúmeros cargos públicos nessa área, tanto no Governo Federal, incluindo Poderes Legislativo e Judiciário, quanto no local. O cientista político pode optar por um concurso público na área ou trabalhar como comissionado em assessorias políticas, por exemplo. Ainda na seara pública, vale lembrar que a máquina administrativa se faz presente em todo o território nacional (estados e municípios) e a forte demanda por profissionais com conhecimento na área sempre se fazem presentes.

Mas vale destacar que não é apenas no setor público que o cientista político pode atuar. Hoje a relação entre grandes empresas, ONGs, terceiro setor, entre outros, com o governo são essenciais e ter um profissional em seus quadros que conheça as dinâmicas da política e das relações de poder é fundamental. Grandes multinacionais possuem setores próprios de Relações Governamentais que são dirigidos/ocupados por cientistas políticos, bem como contratam escritórios especializados em assessoria política.

Portanto, pode-se afirmar que o campo da Ciência Política é marcado por uma experiência pessoal gratificante como área de estudo, além de preparar o futuro profissional para um campo de trabalho promissor e em expansão.

Vale a pena fazer uma graduação em Ciência Política?

Como já demonstrado, o campo de atuação do cientista político é muito vasto, tanto na esfera pública, quanto na privada. Mas uma pergunta relevante que temos que fazer e que sempre é uma preocupação é sobre a taxa de empregabilidade no curso e os rendimentos médios para o cientista político.

Vamos começar pela taxa de empregabilidade, ou seja, como o mercado absorve o cientista político recém formado. Segundo o site Guia da Carreira, por meio de dados do IPEA, a taxa de empregabilidade na área chega a 91,2%, sendo uma das mais altas do país. Esse número é fácil de explicar, já que no país ocorrem eleições a cada dois anos e a relação entre Estado/governo e sociedade é cada vez mais complexa, gerando a necessidade de um profissional capaz de intermediá-la.

Sobre os rendimentos, o cientista político em inicio de carreira tem salário em torno de R$ 2.500,00, sendo a média salarial em torno de R$ 5.000,00. No topo da carreira, o cientista político pode ganhar mais de R$ 10.000,00.

Esses números refletem muito os valores pagos na iniciativa privada, sendo que no setor público, os rendimentos podem ser ainda maiores. Um consultor legislativo do Senado Federal pode começar com rendimentos de mais de 30 mil reais e um analista tem salário de início de carreira na ordem de R$ 25.897,76, salários estes que se repetem nos demais poderes, sendo que o cientista político se credencia para concorrer as vagas do topo do funcionalismo público.

E aí? Se interessou pela carreira de cientista político? Se sim, conheça nosso curso de graduação em Ciência Política, com duração de 3 anos. Na Faculdade Republicana você estudará com os melhores profissionais da área, que já atuam há anos no mercado de trabalho público e privado. Venha conhecer e aprender os caminhos da política com uma matriz curricular inovadora e com quem realmente entende do assunto, já que o DNA da Republicana é a própria política.

Valdir Pucci

Cientista Político, Advogado e Diretor-geral da Faculdade Republicana